Novo processo integrado de produção de etanol 1G e 2G é desenvolvido no LaFaC
A produção de etanol de 2ª geração (E2G) a partir de resíduos lignocelulósicos é um tema de grande relevância para ampliar a produção de biocombustíveis e aumentar a eficiência energética das usinas. Mas apesar de inúmeros avanços para enfrentar os desafios tecnológicos inerentes à produção de E2G, alguns aspectos importantes ainda precisam ser superados para a implementação de processos mais robustos e viáveis. Entre eles, podemos citar a necessidade de se atingir altas produtividades e concentrações finais de etanol e de se converter integralmente os açúcares derivados da biomassa no produto de interesse.
Com o intuito de propor soluções para estes desafios, e tendo em vista sua viabilidade para aplicação industrial, os pesquisadores do LaFaC desenvolveram um processo que integra a produção de etanol de 1ª e 2ª geração. Para isso, o melaço residual da produção convencional de etanol foi utilizado para aumentar a carga de açúcares das frações de hidrolisados derivadas do processamento do bagaço de cana-açúcar, utilizado como meio de cultura para produção de E2G. Para viabilizar a co-fermentação de pentoses e hexoses, foram empregadas linhagens geneticamente modificadas da levedura Saccharomyces cerevisiae capazes de fermentar xilose. E com o objetivo de aumentar a produtividade e estabilidade do processo, as células de levedura foram imobilizadas e utilizadas em um biorreator de leito fixo.
A partir do processo desenvolvido, foi possível atingir concentrações finais de etanol acima de 50 g/L e produtividades da ordem de 22 g/L/h, com até 20 ciclos de reciclo das células imobilizadas. Estes resultados de produtividade são superiores aos observados em plantas industrias de produção de etanol.
Os resultados completos do estudo foram publicados na revista Renewable Energy e podem ser conferidos aqui.